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terça-feira, 7 de agosto de 2012

 
 
Meus top15 mostra Ali Babaca e os bem mais de 15 ladrões


O título da crônica, tomei emprestado do Millor Fernandes, seguramente um dos maiores frasistas brasileiros, agora, se essa crônica que lhes escrevo possa vir ou não ser considerada literatura, ficará por conta do querido leitor, apesar de considerar que qualquer narrativa que se aproxime de uma fábula, possa sim, ser considerada literatura.

Ali Babá e os 40 ladrões era literatura, infantil, com certeza, mas de grande sucesso, não acredito existir homem ou mulher, que nascidos entre os anos quarenta e sessenta, que desconheça a famosa fábula, pertencente ao livro de contos " As mil e uma noites ", até pela razão de que naqueles tempos não existiam a internet, os "playstations" e outras modernidades de grande valia para a aceleração da sinapse neuronal, como dizem os especialistas atuais, mas por outro lado, eficazes agentes de alienação e de afastamento do hábito da leitura, tormento das professoras das séries iniciais e desalento dos professores do ensino médio, principalmente quando se colocam a avaliar as interpretações de textos oriundos da leitura de clássicos de nossa literatura.

Mas retomando ao Ali Babá, como a maioria das pessoas se lembra, ele tinha uma caverna que guardava os seus tesouros, roubados pelos seus 40 ladrões, e com o detalhe interessante de que apenas ele sabia como abrir a tal caverna, com a frase mística, "Abre-te Sésamo".

Já na fábula atual, pois hoje em dia estão na moda os "remakes" de antigos folhetins, o nosso Ali Babaca não sabia aonde ficava a tal caverna, muito menos que lá se ocultavam fortunas, produto de ilícitos e desvios despudorados de dinheiro público, ele conhece os 38 ladrões, mas alega não ter conhecimento que trabalhavam para ele, e a semelhança do Ali Babá original, cria a sua frase mística, "Eu não sabia", não para abrir a caverna, mas, para fechar as portas que o protegem de qualquer acusação.

Neste ponto retomamos as dificuldades de leitura dos nossos desestimulados alunos, que hoje andam crescidos e são parte integrante da sociedade, que paga impostos e que elege por intermédio de seu voto, mas, como eles não cultivaram o hábito da leitura, não sabem ler ou pelo menos tem dificuldades de interpretar os textos e os seus conteúdos mais intrincados, se tornam vulneráveis as manipulações políticas, portanto presa fácil destes manipuladores.

Ali Babaca também não é muito chegado a leitura, os seus 38 ladrões também não, mas sem saber estão participando da criação de uma nova fábula, que daqui a muitos e muitos anos será famosa, e os leitores de então rirão muito, com a esperteza de Ali Babaca e com a burrice do povo que ele saqueava.
 

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